Alguns leitores gostam das sugestões de livros que faço neste
espaço, então, como acabo de fazer uma leitura muito aprazível, indico a obra
“Einstein: Sua vida, seu universo” de Walter Isaacson. Trata-se de uma leitura
agradável que conduz a um passeio entre a vida particular e a carreira
científica daquele que é considerado o maior gênio da história. Isaacson
consegue com grande sensibilidade retratar um Einstein humano com seus
problemas de ordem pessoal (familiar e financeira), suas dificuldades para ingressar
no meio acadêmico e desenvolver ciência, descreve sua carreira, os acertos e
erros e os erros que se converteram em acertos, pois, mesmo quando esteve
equivocado Einstein contribuiu para o avanço da Ciência. Com a leitura da obra
é possível avistar uma tênue luz no fim do túnel que leva ao entendimento dessa
revolução na história da Ciência chamada Teoria da Relatividade.
O gênio que assombrou o mundo nasceu a 14 de Março de 1879 em Ulm,
alemão de nascimento, porém de ascendência judaica, quando criança demorou a
falar, foi considerado um garoto idiota por algumas pessoas próximas, mas,
quando iniciou seus estudos esteve sempre entre os melhores da turma (ao
contrário do que muito se fala a seu respeito). Sempre teve ojeriza à
autoridade e dessa forma muitas vezes seu comportamento como acadêmico não era
exatamente adequado, por conta disso, adquiriu a antipatia de alguns mestres
que dificultaram sua inserção no meio acadêmico como professor universitário.
Einstein mergulhava cada vez mais na ciência conforme os problemas
de ordem pessoal se avolumavam, e apesar de seus esforços desenvolvendo artigos
científicos teve que se contentar com o emprego de examinador de patentes do
Escritório Federal de Propriedade Intelectual de Berna (Suíça), trabalho no qual,
durante as horas vagas em 1905 desenvolveu quatro artigos que se complementavam
e davam a certidão de nascimento à teoria da Relatividade Especial afirmando
que o tempo e o espaço não eram absolutos colocou a ciência de cabeça para
baixo.
Mudou-se para Berlim, e em 1915 desenvolveu a Teoria da
Relatividade Geral, com a confirmação da veracidade de suas teorias em
experiências desenvolvidas por outros cientistas tornou-se celebridade mundial,
e, realizou palestras itinerantes por vários países cujos ingressos eram
disputados e contados aos milhares. Em 1933, o Nazismo ascendeu ao poder na
Alemanha e o gênio resolveu aceitar o convite para trabalhar nos Estados
Unidos, país no qual viveu o resto de seus dias, foi muito investigado pela
CIA, por ser simpatizante do socialismo em plena época da “caça às bruxas” do
Macarthismo. Era contra qualquer tipo de opressão e não aceitava o cerceamento
da liberdade de expressão e por isso não poupava críticas referente ações dos
EUA neste sentido e nem mesmo ao stalinismo soviético, líder pacifista, pregava
a desobediência civil quando da convocação para as Forças Armadas, por tudo
isso foi muito criticado, sendo considerado um asno por políticos e populares,
sendo assim, falou: “Grandes espíritos sempre encontram forte oposição de
mentes medíocres”.
O receio que os nazistas desenvolvessem a bomba levou-o a escrever
uma carta para o Governo Estadunidense sobre a necessidade de fabricar a bomba
atômica que a ciência por ele desenvolvida tornava possível, porém, nunca participou
diretamente do desenvolvimento da arma, por não ser considerado confiável pelas
autoridades militares. Após a explosão das bombas em Hiroshima e Nagazaki, fato
que considerou lamentável foi questionado por um repórter sobre como seria a
Terceira Guerra Mundial, afirmou que “sabia apenas como seria a Quarta Guerra
Mundial: com pedras”.
Até o último dia de sua
vida esteve às voltas com as equações buscando entender o Universo e tentando
resolver o problema que a criação da bomba atômica ocasionou, defendia a
criação de um Governo Mundial para evitar as guerras (o único a ter posse das
armas atômicas). O “passageiro do raio de luz” finalizou sua viagem por esta
dimensão espaço-tempo de forma absoluta em 18 de Abril de 1955 aos 76 anos, no
entanto, sua partida será sempre relativa, imortalizado em sua ciência, seu
corpo foi cremado e suas cinzas liberadas no Rio Delaware conforme seu pedido,
pois não queria que seu túmulo fosse local de peregrinação. Embora o gênio
tivesse algumas vezes falado que não gostava de sua popularidade, isso não
correspondia ao seu comportamento, ele adorava repórteres e os repórteres o
adoravam.
Einstein era pop e gostava disso!
Sugestão de boa leitura:
ISAACSON, Walter. Einstein: sua vida, seu
universo. Companhia das Letras
Nenhum comentário:
Postar um comentário