sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
O dragão chinês – Parte 2
No país que mais cresce no mundo, outra coisa que chama atenção é o sistema: Socialismo? Capitalismo? Socialismo de Mercado segundo as autoridades chinesas. Em 1949, sob a liderança do “timoneiro” Mao Tse-Tung a China fez a Revolução Comunista, nessa época a divergência com o capitalista Chiang Kai Shek fez com que este último derrotado se exilasse em Formosa (Taiwan) tida pelo governo chinês como parte de seu território e portanto uma província rebelde. A China adotou o socialismo e tentou copiar o modelo soviético, mais tarde rompeu com a União Soviética e também por este fato o “grande salto adiante”, iniciativa de Mao Tse-Tung para modernizar a economia e distribuir igualitariamente a renda fracassou com o fim do apoio técnico soviético. Na década de 1980, Deng Xiaoping cria a economia socialista de mercado e afirma que “enriquecer pode ser glorioso” e desde então a China vem crescendo vertiginosamente, porém, muitos problemas acompanham este crescimento célere, danos ao meio ambiente como a poluição do ar devido à grande industrialização e a desigualdade social entre os trabalhadores do campo mais pobres e os da cidade que têm padrão de vida melhor apesar dos baixos salários se comparados ao padrão ocidental, o que obriga o governo chinês a trabalhar para a redução dessa desigualdade com políticas em benefício dos camponeses.
Os baixos custos para a produção em terras chinesas e a abertura econômica levaram várias empresas transnacionais a mudarem suas plantas industriais para o referido país, os salários apesar de ainda muito baixos, vêm crescendo e dando origem a uma nova classe média, o país retirou mais de 100 milhões de pessoas da linha da miséria na última década, e isso é um número fantástico, embora o trabalho seja ainda grande diante da enorme população. Além dos problemas ambientais, o país lida agora com outro problema capitalista, o consumismo. Na verdade, ao incorporar ferramentas de mercado no sistema socialista, as autoridades chinesas desagradaram os socialistas convictos do mundo inteiro bem como aos capitalistas que se recusam a reconhecer na China uma economia de mercado. Socialistas não se sentem à vontade para falar dos progressos chineses e nem os capitalistas, a despeito disso é o país que mais cresce no mundo e é junto com o Brasil, Rússia, Índia e África do Sul, um membro importante do grupo de países emergentes conhecidos como “BRICS”, que adquiriram uma importância maior nas decisões mundiais após a crise mundial de 2008 originada nos Estados Unidos.
Existe uma preocupação relacionada à China, pois este país é uma potência nuclear e somente é superado pelos EUA no que se refere a gastos militares, o principal incomodado é o Japão, país que invadiu a China e cometeu atrocidades contra a população local no século XX e que entre outros crimes de Guerra tomou milhares de mulheres chinesas como escravas sexuais para atendimento de suas tropas de soldados. China e Japão também têm áreas territoriais em litígio, e navios militares chineses têm navegado próximo às ilhas japonesas Senkaku chamadas de Diaoyu pelos chineses. Há na população chinesa grande ressentimento pela forma como o Japão agiu nos episódios anteriores e durante a Segunda Guerra Mundial. Os Estados Unidos também têm uma grande preocupação com a China, pois o país já é a segunda economia mundial e mantendo este ritmo de crescimento poderá se tudo correr bem se tornar a maior economia do planeta. Mas há uma ameaça chinesa real e imediata, refiro-me aos produtos chineses baratos e com qualidade cada vez melhores que invadiram os mercados ocidentais obrigando as empresas que não conseguem se adequar à concorrência implorar salvaguardas para os governos, ou seja, mecanismos de proteção para a iniciativa local para preservar empresas e empregos, algo que nem sempre é possível.
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