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sexta-feira, 13 de abril de 2012

Com que livro eu vou?

Há alguns dias soube que algumas pessoas se demonstraram interessadas no livro “A Arte da Guerra” após lerem o artigo “Leia antes que seja tarde” veiculado por este jornal no qual teço comentários sobre a obra de Sun Tzu. Porém, fiquei particularmente feliz ao conversar com uma Professora de Educação Física que é também minha amiga que afirmou ter adorado o referido livro, e, que dele estava extraindo importantes ensinamentos para a prática desportiva. Disse que comprou o livro após dele tomar conhecimento através desta coluna. Segundo a professora algumas vezes ela quer ler algo diferente daquilo que está na onda do momento, os tradicionais Best Sellers (livros mais vendidos) ou da área específica e gosta de minhas sugestões. Então sempre que gostar muito de uma obra vou indicá-la aqui como “Sugestão de Boa Leitura”.
Lembrei-me de Noel Rosa quando compôs o famoso samba “Com que roupa?” no qual entoava: (...) “E eu pergunto: com que roupa? Com que roupa que eu vou?” e, parafraseando-o criei o título do presente artigo, pois, saber que livro comprar é algo muitas vezes difícil, é necessário ver se o livro em questão agradará ao seu “paladar literário”, e, mesmo agradando existe a questão do momento, eu sou muito atento a isso, compro muitos livros, sem ligar para a classificação dos mais vendidos, mas apenas aqueles que  tenho real interesse, algo não muito difícil, pois, sou bastante eclético, leio sobre quase tudo e não apenas obras da minha área de formação, costumo ler ao mesmo tempo dois e até três livros, intercalando-os conforme meu estado de espírito, sublinho e faço anotações naquilo que acho importante e que possa me ser útil noutro momento.
No entanto, ter vários livros empilhados para ler, não te dispensa da tarefa de analisar seu momento para escolher a leitura adequada, nesse instante penso no dilema das mulheres para escolher a roupa e tento decidir o  livro que vou ler. Penso tal como Monteiro Lobato que “um país se faz com homens e livros”, infelizmente nós brasileiros lemos muito pouco, e, esta é a causa para o preço “salgado” do livro, eterna reclamação de muitos leitores e também nem tão leitores assim. Segundo pesquisa que fiz, mais uma vez a explicação está no Capitalismo, como o mercado é pequeno, a produção se realiza numa pequena escala o que encarece o exemplar, se a procura fosse grande a escala de produção seria maior e o preço por exemplar seria mais baixo.
Para mim livros são como troféus, leio-os e talvez não os releia, mas adoro vê-los em minha estante, emprestar somente sobre juramento (de tratá-lo bem, com lealdade, retidão de caráter, gratidão, etc.) com a mão sobre a Bíblia e com entrega de cópia autenticada em cartório da certidão de bons antecedentes (criminais)... (risos), sou realmente ciumento, já perdi livros que não me foram devolvidos e tive de readquirir e também já recebi livros com manchas que inexistiam. Não gosto de fotocópias e até o momento resisto ao modelo digital, sei das vantagens do e-book (livro digital) e das desvantagens da versão tradicional, porém, penso que a alma do livro está nas folhas de papel que manuseio.  Ao ler sinto grande prazer, esqueço dos problemas, das chateações e viajo nas linhas e entrelinhas que vislumbro a cada página virada, fazendo as inter-relações do que leio com leituras anteriores e ao concluir a leitura de um livro jamais sou o mesmo de antes e a satisfação é tal como se conquistasse mais um troféu e estivesse diante de um novo amigo de cuja amizade sempre vou poder contar, pois, livros são amigos eternos.
     Nesta semana, 14/15 de Abril ocorre o centenário do choque com iceberg/naufrágio do famoso transatlântico Titanic, aproveitando o ensejo, deixo a dica:

Sugestão de Boa Leitura:
FARACO, S. O Crepúsculo da arrogância, RMS TITANIC minuto a minuto. L&PM editores, Porto Alegre, 2006.
         

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