O caminho da discórdia!
As Cataratas do Iguaçu juntamente com a Floresta Amazônica acabam de ser incluídas dentre as Sete Maravilhas da Natureza em votação realizada recentemente, embora ainda falte a confirmação oficial que ficará para o ano de 2012. Mas, de “maravilha” somente as belezas e o título, pois há muito para se fazer. A eleição das Cataratas e da Floresta Amazônica trará ainda mais destaque para o país e também recursos com o turismo e o financiamento de projetos ambientais, além de mais pressão para a sua preservação, o que não é ruim, desde que consonante com a soberania brasileira. Quanto à Floresta Amazônica, frequentes manchetes sobre desmatamentos e garimpos ilegais, tráfico de animais, biopirataria, as polêmicas envolvendo construções de usinas hidrelétricas, etc. somadas à grande dificuldade de fiscalização, enfim, os problemas são comparáveis à imensidão da área que a forma.
No caso das Cataratas do Iguaçu cujo rio homônimo há muito vem sendo maltratado com a retirada da mata ciliar e o consequente assoreamento e contaminação com pesticidas das lavouras e o despejo de efluentes das cidades por onde passa, torna aquela expressão de êxtase das pessoas ao receber o banho de vapor d’água na passarela das cataratas algo no mínimo, “surreal”. As mundialmente famosas cataratas estão abrigadas no Parque Nacional do Iguaçu que está envolto na polêmica da reabertura da estrada do colono, em que 18 municípios se sentem prejudicados pelo fechamento da referida estrada desde 1986, com processos correndo na Justiça Federal desde então. O município de Capanema vem perdendo população e há quem credite isso ao fechamento da estrada existente desde antes da criação do parque, porém, a perda de população é um fenômeno que vem ocorrendo na maioria das pequenas cidades, e pouco tem a ver com essa questão, e, se prejuízos a criação do parque causa aos municípios vizinhos, investimentos ou ressarcimentos devem ser realizados por parte do Governo Federal naquela localidade.
A UNESCO já se demonstrou contrária à reabertura e afirmou que irá retirar o título de Patrimônio Natural da Humanidade dado ao Parque Nacional do Iguaçu, caso a estrada seja reaberta, e isso, pode inviabilizar o ingresso de recursos para sua preservação. Entendo que a população sonhe explorar a região do parque objetivando o desenvolvimento da cidade, porém, sempre há o risco de caçadores ou pessoas sem consciência ambiental deteriorarem as condições do parque estressando os animais com o movimento, matando-os intencionalmente ou não com atropelamentos, deixando lixo na área, causando incêndios, etc. Penso que a estrada não deva ser reaberta sem um projeto embasado em Estudo de Impacto Ambiental – EIA, pois, há muito que estudar antes de bater o martelo definitivamente, porém, o parque precisa ser preservado e os municípios não podem ficar desassistidos. Se o melhor é manter a estrada fechada, alternativas de desenvolvimento devem ser criadas para os municípios da região.
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