.
Sou uma pessoa aficionada pela leitura,
dessa forma, costumo entremear artigos de opinião com resenhas de obras que li
e cuja leitura recomendo aos leitores. Estimular a leitura sempre foi um de
meus propósitos neste espaço. Afinal, como afirmava Monteiro Lobato: “um país
se faz com homens e livros”. Porém, a leitura não prescinde da reflexão
crítica, ainda mais em tempos de obscurantismo como os que vivemos. As resenhas
têm a função de atender ao leitor que aprecia livros sugerindo-lhes obras e
também a de oxigenar cérebros (o meu e os dos leitores) para não enlouquecermos
ante a entrega da soberania nacional e de suas riquezas, da vilipendiação dos
direitos sociais, da destruição da Constituição Federal (1988) e do total desrespeito
às leis por quem deveria zelá-las. É
lamentável constatar a destruição do incipiente projeto de país soberano e
observar a indiferença do povo. Não é com ele. Nunca foi. Nem na Independência
(1822), nem na Proclamação da República (1889), nem nos golpes de 1964 e de
2016, etc. Aliás, sobre isso Lima Barreto professou: “O Brasil não tem povo,
mas, apenas público. Povo luta por seus direitos, público só assiste de
camarote”.
Não pretendo aqui retornar ao tema da aposentadoria, caso
queira acesse os links ao final do artigo (pouco mudou e o que mudou é para
pior). Há alguns dias, uma professora me falava que “ante a destruição dos
direitos trabalhistas e da reforma da previdência pelo amor que tem aos seus
filhos, se lhe fosse dado o poder de voltar no tempo, não mais os teria. Ela
disse que a universidade pública e gratuita tende a desaparecer. Os
trabalhadores não terão mais os direitos que a nossa geração teve (13º salário,
férias remuneradas, etc.) e a aposentadoria se houver será na hora da morte.
Isso quando conseguir se aposentar, pois, com a idade os trabalhadores mais
velhos serão substituídos pelos mais jovens. Nem a gente tem a garantia de
conseguir se aposentar e se conseguir não sabe em que condições (concluiu)”. Não
consegui contra-argumentar, apenas engoli em seco, pois tenho filhos pequenos e
também sinto por eles.
O jornalista Rogério Galindo ex-Gazeta do Povo e
atualmente no Jornal Plural publicou artigo intitulado “A vitória da bancada do
camburão” em que afirmava que quase todos os deputados que estavam no camburão
e que votaram favoravelmente à tungagem da Paranaprevidência estão reeleitos e
ocupando cargos de liderança na ALEP. O massacre dos professores que ocorreu no
dia 29 de abril de 2015 foi divulgado internacionalmente e mesmo países
costumeiramente às voltas com guerras ficaram estarrecidos com o covarde ataque
imposto aos professores. Na ocasião, o Presidente da ALEP, Ademar Traiano
(PSDB) insistiu na votação afirmando que “a bomba é lá fora”. A reeleição dos
deputados do camburão que apostaram na memória curta da sociedade e
desconsideraram a truculência empregada contra os professores é um triunfo
deles e também um tapa na cara das sociedades civilizadas que não compartilham
de ideais e métodos autocráticos.
Temos uma longa e difícil travessia pela frente e o que
importa agora é sobreviver. Provavelmente não serão apenas quatro anos. O
Brasil será muito diferente do que é hoje e será para pior (exceto para a elite
financeira do 1% mais rico). Há um provérbio que dita: “Ondas calmas nunca
formaram bons marinheiros. É no mar bravio que surgem os grandes navegadores”.
Por ora, mantenha a calma e preserve a lucidez! Olhe além da cortina de fumaça!
- http://avistademeuponto.blogspot.com/2016/12/licenca-para-morrer-parte-1.html
- http://avistademeuponto.blogspot.com/2016/12/licenca-para-morrer-parte-2.html
- https://www.plural.jor.br/a-vitoria-da-bancada-do-camburao/
- acesso em 09 de fevereiro de 2019.