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quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Licença para morrer – parte 1

No tempo em que vivi no campo, várias vezes observei abelhas operárias caírem ao chão durante o voo e movido pela curiosidade, ao chegar até elas constatava estarem mortas. Anos mais tarde, já na universidade, pude entender melhor a organização das colmeias e os diferentes papéis dos indivíduos que a compõem ao cursar disciplinas como biogeografia e zoologia. Lembro que entre outras coisas interessantes, soube que a abelha operária anciã sabedora da proximidade do fim de sua vida se retira da colmeia para morrer distante dela, e assim, não dar trabalho às demais quanto à limpeza. O ano de 2016 tem sido péssimo para os brasileiros que defendem a democracia e o combate às injustiças sociais, sendo assim, a costumeira retrospectiva do ano por parte da programação de várias emissoras de TV deveria ser dispensada. Os que se encontram felizes, são os fascistas, medíocres e egoístas que bem sabemos, existem em qualquer sociedade. O pior é observar que dentre os brasileiros que estão perdendo direitos historicamente conquistados, muitos bateram panelas ou apoiaram o golpe de Estado midiático-jurídico-parlamentar levado a cabo neste ano pondo fim à jovem democracia nascida após o fim da ditadura militar em 1985. Tanto os patrocinadores quanto os apoiadores do golpe civil-militar de 1964 novamente ocuparam suas posições combatendo ostensivamente o governo democraticamente eleito, afinal, como é regra, a direita é avessa à democracia como a história fartamente demonstra, pois, todos os golpes de Estado e todas as ditaduras subsequentes se realizaram pela via da direita. Dessa forma, é a direita e não a esquerda a causadora de todo o atraso social, pois, fez deste país, um dos mais injustos do mundo no que tange a distribuição da renda. O governo ilegítimo de Temer e seus asseclas envergonham qualquer brasileiro (que ainda tenha a capacidade de ruborizar a face) pela simples presença de tão nefastos políticos à frente do país aos olhos do mundo. Isto, sem falar na incompetência de sua gestão que aprofundou a crise econômica e aumentou o déficit fiscal, e, apesar disso distribui benesses para seus apaniguados. O governo anula dívidas ou concede descontos generosos aos grandes devedores da União ou dilata o prazo de pagamento de quem não se portou bem perante o fisco, e, como o dinheiro devido pelos “amigos” de classe falta na hora do fechamento das contas, corta investimentos sociais e direitos historicamente adquiridos. JK teve como lema de governo “50 anos em 5”, ou seja, pretendia fazer o país avançar cinquenta anos em apenas um mandato de cinco anos. Temer, o usurpador, o superou, com seis meses de governo, o país está regredindo mais de setenta anos, ou seja, ao período anterior a Getúlio Vargas cujo governo teve como marcas o nacionalismo e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Várias das medidas adotadas pelo governo Temer e apoiadas por seus comparsas do Congresso Nacional são lesivas aos interesses nacionais, pois, visam unicamente beneficiar a plutocracia vigente. Dentre as inúmeras farsas transformadas em verdades absolutas pela Grande Mídia de Massa internacionalmente reconhecida por sua ação tal qual a de um partido político de oposição aos governos progressistas de Lula e Dilma, (os quais, apesar dos muitos erros cometidos) foram os que mais fizeram pela população pobre deste país, está a de que a Previdência Social apresenta um rombo que inviabiliza a própria gestão do governo federal. A professora Denise Gentil do Instituto de Economia da UFRJ comprovou com dados oficiais que a Previdência Social é superavitária e não possui rombo algum. A metodologia desenvolvida para o suprimento da receita necessária ao pagamento dos benefícios foi criada com a parcela de desconto que cabe aos trabalhadores, a contrapartida patronal/governamental e a receita de impostos como COFINS, CSLL, PIS/PASEP, etc. O governo de forma desonesta considera apenas os valores oriundos da arrecadação via trabalhador e empresarial, objetivando se apossar (como é de hábito) de receitas que tem uma finalidade específica e utilizá-la a seu bel prazer. A sonegação fiscal, se combatida, poderia livrar o país do aperto pelo qual passa, mas, Temer não tem estatura para governar em prol do interesse nacional, governa, então em favor de uma elite arcaica, egoísta e cruel, assim, mancomunados ferem de morte a democracia, para preservar privilégios imorais e ilegais em detrimento do desenvolvimento nacional e do bem-estar da população trabalhadora.

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