sexta-feira, 22 de abril de 2016
O Legislativo está nu!
No último domingo vivemos um momento histórico, a Câmara dos Deputados funcionando e o povo brasileiro em casa acompanhando a votação para prosseguimento do processo de Impeachment da Presidenta Dilma. Os “nobres” parlamentares que segundo pesquisa figuram com o minuto trabalhado mais caro do mundo estavam sob o olhar atento da sociedade brasileira que ao contrário deles, trabalham a semana toda e não a usual jornada parlamentar de terça a quinta-feira em Brasília, quebrada somente com o processo de Impeachment conduzido de forma célere pelo Presidente da Câmara Eduardo Cunha que ao mesmo tempo impõe barreiras para impossibilitar que o processo imposto contra este consiga andar.
Com a Grande Mídia nacional e estrangeira presente na chamada “Casa do Povo” os deputados ficaram assanhados com a possibilidade de aparecer na TV ante aos eleitores em seus lares e marcar seu nome na história nacional. Mas o que a grande mídia registrou foi um espetáculo teatral de quinta categoria onde o suposto crime de responsabilidade que deveria ser o ator principal não passou de figurante e pouquíssimas vezes, foi citado. Os parlamentares protagonizaram cenas patéticas, pareciam estar num programa de calouros e mandavam abraços e beijos aos parentes quando deveriam justificar os motivos do seu voto e ter um posicionamento sério e comprometido conforme esperado pelos seus eleitores. Um deputado queria que seu filho menor desse o seu voto ao microfone evidenciando a frase do Padre Julio Maria (Júlio César de Morais Carneiro): “Todo o mal do Brasil é que a política é uma profissão, mas, os políticos não são profissionais”. O protagonismo coube à Deputada Raquel Muniz (PSD) que dedicou o voto ao combate à corrupção e citou a gestão de seu marido como exemplo de que o Brasil tem solução, e no dia seguinte, seu marido e prefeito de Montes Claros (MG) foi preso pela Polícia Federal por corrupção. Canais de TV e jornais estrangeiros buscam informar a comunidade internacional e entender o que realmente está se passando no Brasil e viram um clima de orgia entre os deputados golpistas que pegou muito mal no exterior e várias reportagens estrangeiras afirmaram que o Congresso Nacional brasileiro age como um sindicato de criminosos corroborando a fala de Cid Gomes de que a Câmara dos Deputados tem cerca de 300 achacadores e estes votaram de acordo com interesses meramente pessoais.
Se a população brasileira lesse ou assistisse a imprensa internacional ficaria espantada com os relatos de manipulação por parte da Grande Mídia nacional, tanto que o New York Times afirmou que a TV Globo é a TV irreal que ilude o povo brasileiro. O Juiz Sérgio Moro costuma fazer referências à Operação Mãos Limpas levada a cabo na Itália. No Domingo, no referido processo na Câmara dos Deputados que conta com 61% de seus parlamentares na condição de investigados ou réus conduzidos pelo gênio a serviço do crime Eduardo Cunha (Réu no STF), o show de hipocrisia mostrou corruptos pedindo o fim da corrupção e votando a favor do impedimento de uma presidenta contra a qual nada se provou e que, portanto, tem as mãos limpas, sendo que o Impeachment de Dilma caso confirmado no Senado, inclusive favorece os corruptos e a corrupção. A Mídia coloca toda a culpa pela corrupção no PT, no entanto, DEM, PMDB e PSDB são os partidos que lideram o ranking da corrupção e o PT aparece na sétima posição, e mesmo, a corrupção aqui aportou com a primeira caravela em 1500 e nunca mais saiu da vida pública e privada. De impagável foram as cenas de acusações feitas por parlamentares da situação e até da oposição na ocasião do voto classificando Cunha como gângster e indigno de presidir a casa e o processo, o que constitui grande verdade e causa espanto à comunidade internacional. O escritor estadunidense Ernest Hemingway escreveu uma frase emblemática: “Quem estará nas trincheiras ao teu lado? Ao que foi questionado: E isso importa? E ele respondeu: Mais do que a própria Guerra”! Cabe ao público decidir se forma fileira ao lado do vice-presidente golpista Michel Temer e de seu fiel escudeiro corrupto Cunha, Bolsonaro, Malafaia, Feliciano, Tiririca e outros assemelhados, e a imensa maioria dos investigados e réus por corrupção, ou se fica ao lado da Democracia e defende a legalidade. Cabe ao Senado salvar as aparências do Legislativo Nacional tendo a seriedade e compromisso com a nação que a Câmara não teve.
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