sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Enquanto isso, a Educação...Parte 2
No artigo da semana passada lamentamos a decisão da Câmara dos Deputados em recusar a destinação de 100% dos royalties do petróleo do Pré-Sal para a Educação, pois, como sabemos o investimento em Educação neste país está muito aquém do necessário e tais recursos poderiam dar um novo impulso à educação nacional. Acreditamos que não existem gastos com Educação e sim investimentos e, felizes, percebemos que a Presidenta Dilma Rousseff tem esse mesmo raciocínio, pois, ao receber e vetar partes do projeto de lei sobre a destinação dos royalties do petróleo encaminhada pelo Congresso Nacional, afirmou que irá encaminhar Medida Provisória para ser analisada pelos congressistas para destinar SIM à Educação a integralidade dos royalties futuros do petróleo. O Ministro Aloizio Mercadante comemorou a insistência da Presidenta e afirmou: "Só a educação vai fazer com que o Brasil seja uma nação efetivamente desenvolvida. Se o petróleo e o pré-sal são o passaporte para a educação, não há futuro melhor do que investir na educação".¹
Acredito que o leitor já deve várias vezes ter ouvido/lido notícias sobre os maus resultados do Brasil em avaliações internacionais como o PISA realizado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que envolve as nações desenvolvidas e alguns convidados, entre eles, o nosso país. O que possivelmente não deve ter ouvido/lido é que dentre os países que participam de tais avaliações, o Brasil é o que menos investe recursos per capita, ou seja, por aluno. Também é possível que não tenha ouvido/lido que as condições de trabalho nos países desenvolvidos são melhores, escolas com turno integral, média de 20 alunos por turma, 50% de hora-atividade para o professor preparar suas aulas, corrigir trabalhos e provas na escola sem realizar o trabalho caseiro, gratuito, portanto, escravo, no momento em que devia estar descansando, curtindo a família e fazendo suas atividades particulares.
Se o caminho para se tornar uma nação desenvolvida passa pela Educação, então porque não há unanimidade dos políticos brasileiros em defesa da Educação Pública, gratuita e de boa qualidade? A unanimidade não existe porque em nosso Congresso Nacional, segundo uma pesquisa, a maioria dos congressistas são representantes da Classe Alta (latifundiários, banqueiros, empresários, etc.), portanto, não são oriundos da classe trabalhadora. Dessa forma, como parte da elite econômica deste país, defendem a manutenção do status quo, ou seja, a continuidade da sociedade tal como é, ou seja, uma das maiores desigualdades sociais do planeta. Tais líderes neoliberais fazem defesas intransigentes do Estado Mínimo, que gasta pouco (investe pouco) e que de preferência tenha olhos, ouvidos e recursos somente para apoiar a produção econômica, ou seja, o capital. Gastar com a Educação é uma forma de corrigir distorções do sistema, mas todo investimento social é considerado pelos neoliberais como populismo.
Há representantes do neoliberalismo tupiniquim que afirmam que o problema da Educação não é falta de dinheiro e desconversam sobre as condições de trabalho dos professores e nestes colocam toda a culpa para a crise reinante, pois, é muito fácil e prático, colocar a culpa nos “professores que não sabem ensinar e nos alunos que não querem aprender”, pois isto os exime da responsabilidade perante este gigante de aço com pés de barro que se produziu chamado Brasil.
FONTE: ¹ http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2012-11-30/dilma-veta-trecho-da-lei-dos-royalties-sobre-campos-em-exploracao.html - acesso em 03/12/2012.
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