sexta-feira, 13 de julho de 2012
A escrita como um campo de lutas – parte 2
O surgimento da escrita ocorreu provavelmente 4 mil anos antes de Cristo, diante da necessidade do homem em se comunicar e passar para as gerações seguintes o conhecimento acumulado. Foi um longo processo em que diferentes povos desenvolveram signos próprios para expressar graficamente aquilo que transmitiam oralmente e do qual muito se perdia com o tempo. Podemos dizer que da necessidade de democratizar o acesso ao conhecimento para as novas gerações os diferentes povos inventaram e aperfeiçoaram a escrita.
Passados seis mil anos dos primeiros signos registrados para a história, na era do e-book, o livro de papel, o jornal, a revista ainda não são companheiros das horas vagas para boa parte da humanidade, parte por não ter acesso devido à situação de miséria extrema e parte por não ter o hábito e o gosto pela leitura. Sabemos que a leitura é uma questão cultural e que varia de país para país, de regiões dentro de cada país e de um lar para outro. Se quisermos ter filhos leitores, além do incentivo é bom que mostremos ser este um hábito nosso também.
Muitas vezes ouvimos que a história é contada pelos vencedores e ainda que não existe uma história, mas várias histórias e que o historiador apenas narra a sua visão dos acontecimentos históricos que como sabemos está carregada da ideologia que lhe é própria. O fato de olharmos para os acontecimentos históricos e vermos neles uma possibilidade infinita de novas investigações e retirar do quadro mais uma camada de tinta para ver o que se esconde por baixo é algo que fascina a qualquer amante do conhecimento.
A escrita é uma forma de poder e como tal os meios para divulgá-la não é acessível a todos, principalmente nos grandes meios de comunicação de massa, ou você reza a cartilha editorial ou está fora, penso que é uma pena isso, pois nada mais interessante do que ler e refletir sobre diferentes pontos de vista de pessoas ideologicamente contrárias para tomar um posicionamento balizado na comparação. Essa autocracia da escrita vai contra o direito democrático de acesso à informação de qualidade e infelizmente é a promoção da censura por quem mais defende a liberdade de expressão, digo isso, pois conheço pessoas que trabalharam em grandes empresas jornalísticas que vetavam seus artigos, por terem eles a identidade dos mesmos, ou seja, a ideologia.
É, portanto a escrita um campo de lutas dominado pela elite econômica, assim, a classe trabalhadora muitas vezes não tem como divulgar seu pensamento e assim contribuir para a gestação de uma nova sociedade planetária que esperamos, seja justa, solidária e fraterna.
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