O Sol já havia se posto naquele longínquo 28/11/2001, o dia foi cheio, duas oficinas (curso), debates, apresentações, com uma grande expectativa tenho a noção de que falta pouco tempo, dirijo-me aos aposentos que me foram atribuídos, um banho refrescante após um dia escaldante, vou ao refeitório, janto, volto aos meus aposentos, escovo os dentes e dirijo-me ao auditório, à noite está uma temperatura agradável, tenho a convicção de que gostarei muito do que vou assistir, uma palestra com o primeiro brasileiro a subir ao topo do Monte Everest que com seus 8.850 metros de altitude é a maior montanha do planeta. Em 14 de Maio de 1995, Valdemar Niclevicz, juntamente com Mozart Catão (falecido num acidente com uma avalanche ao escalar o pico Aconcágua), levou a bandeira brasileira no topo do mundo, uma empreitada, difícil, que exigiu muito planejamento e preparação.
A palestra de Valdemar Niclevicz contou com belíssimas imagens de suas escaladas, do empreendimento ao Monte Everest, pois segundo o mesmo quando há planejamento, não se trata de uma aventura. Valdemar Niclevicz além de excepcional alpinista é também um excelente orador, sua explanação é voltada para grandes empresas tendo como objetivo central a motivação. E você deve estar pensando o que a fala de um alpinista pode contribuir para os trabalhos dentro de uma grande empresa de capital nacional ou estrangeiro, ou para a Educação, embora a palestra nada tivesse de diferente das que proferia às empresas transnacionais servia para qualquer área profissional, porque, na verdade, ela podia ser empregada nos mais diversos aspectos da vida.
Segundo Valdemar Niclevicz “todos temos um “Everest” a conquistar”, para alguns pode ser o primeiro milhão ou bilhão de reais, uma empresa bem sucedida, uma casa, um carro novo, um emprego bem remunerado, escrever um livro, uma viagem internacional, ser reconhecido profissionalmente e realizado emocionalmente, não interessa qual seja o seu “Everest” a conquistar, a escalada antes de iniciada pode nos parecer praticamente impossível, mas alguém já chegou lá, e se alguém chegou, você também pode conseguir, porém, se ninguém chegou, você deve estudar o terreno e os motivos das falhas alheias, planejar as ações, buscar as ferramentas e o material de apoio necessário, ouvir os mais experientes, manter-se focado, jamais deixar com que os hesitantes e os frustrados o desanimem, uma escalada não é fácil, conquistar o seu “Everest” demandará um enorme esforço físico e mental, um sem número de horas, dias, meses ou anos de preparação, e, claro, uma enorme renúncia ao comodismo, ao lazer, ao tempo de namoro, à família, ao sossego de quem nada busca.
Depois da palestra, fiz o que não faria por um(a) artista de TV/Cinema/Música, enfrentei uma hora de fila para Niclevicz autografar o livro que adquiri na hora e aqui transcrevo a dedicatória que estendo a todos vocês leitores: “Que teu espírito atinja a altura do Everest do teu próprio ver”.
NAMASTÊ! ¹
Sugestão de boa leitura:
NICLEVICZ, V.. EVEREST, O diário de uma vitória. Editora Sagarmatha, Curitiba, 1995.
1. “O deus que habita em mim saúda o deus que habita em você”- saudação típica do Sul da Ásia!