Quanto melhor, melhor; ou quanto pior, melhor?
O título acima se refere a dois grupos distintos da sociedade, o primeiro diz respeito àquelas pessoas que torcem para que as coisas melhorem, mesmo que essa melhora não tenha a sua participação direta ou de seu grupo, ou seja, são sabedores que a melhoria da situação para um segmento significativo da sociedade acaba por beneficiar todo o conjunto da mesma. Há o outro grupo que torce para que as coisas não dêem certo, pensam que tudo está errado, que o seu grupo é o mais capaz, que sua opinião não é ouvida e é a correta, por isso torcem pelo pior, mesmo que essa piora da situação também lhe atinja, é preferível o caos a não ter razão. Em qual grupo você se encaixa? Qual das camisas você veste?
O brasileiro habituou-se às crises econômicas, ao baixo crescimento da economia, à baixa auto-estima e não consegue perceber (ou não quer perceber) a mudança lenta, mas contínua do status do país perante as nações. Tornou-se, portanto incapaz de ver as melhoras lentas e graduais que o país vem tendo nos últimos anos. Lógico, que mágicas não existem e estamos em meio a um processo, pois, não se resolve um século de atraso em uma década. Assisti em um canal de TV que trabalhadores de outros países estão fazendo curso de Língua Portuguesa visando migrar para o Brasil com o intuito de aproveitar as vagas de trabalho (melhor remuneradas) que por aqui não são preenchidas devido à falta de qualificação do trabalhador brasileiro. Nisso, faço três observações:
1º - tais vagas deveriam ser preenchidas por brasileiros e, o Estado e/ou as empresas deveriam qualificá-los para bem desempenhar essas funções;
2º - o brasileiro deve ter um novo olhar para o país e deixar de lado o sonho de migrar para outros países, pois, no momento, as oportunidades estão aqui e não mais, na Europa e nos Estados Unidos da América, ambos em forte crise e para isso precisa correr atrás da qualificação a fim de assegurar as melhores vagas;
3º - se o fluxo de migração se inverte e, brasileiros no exterior começam a voltar e, trabalhadores estrangeiros procuram aprender nossa língua com o intuito de aqui residir e trabalhar, então, estamos no caminho certo.
Em nosso país, há muito preconceito, não apenas o étnico (racial), mas também o social, parafraseando Milton Santos quando afirmou: “A chamada boa sociedade parece acreditar que há um lugar reservado para os negros no andar de baixo”, amplio a extensão dessa análise para: “há no seio da nossa sociedade, pessoas dotadas de grande preconceito (e não são poucas), e estas acreditam que não se deve auxiliar no resgate de pessoas em condições de miserabilidade, para terem, enfim, direito àquilo que foi estabelecido na Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU), uma vida digna”. A redução/erradicação da miséria é condição indispensável para a melhoria geral de toda a sociedade e para o desenvolvimento do Brasil. Enquanto o Brasil for de poucos, seremos o que até aqui fomos, um “país de futuro”, cujo futuro, não chega nunca!
Eu sou do grupo “quanto melhor, melhor”! E você?
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